Mansão Bouchard

Mansão Bouchard

the darkness is rising

Inquestionavelmente a maior propriedade de toda vila, assim como tudo, jazia adormecida. Localizada próxima ao centro, tinha cinco andares e um enorme campo à sua frente. Cercada por grandes grades e um portão que imitava a arquitetura medieval, enorme torres de observação pareciam ter desmoronado e atrapalhavam a passagem, uma vez que seus tijolos permaneciam bloqueando o caminho. A vista, antes bela por abarcar a frente da praça, agora era devastada por árvores mortas, pestes e um cenário devastador. Já na parte interna, as madeiras permaneciam caídas ao redor de toda a extensão, pela ação dos cupins que infestavam o local. A grama, já não aparada, era o ambiente perfeito para a proliferação de ratos, moscas e baratas. A porta (também de madeira) estava destrancada e poderia ser aberta por quaisquer indivíduos. Um grande salão cheio de poeira tinha apenas uma mesa de jantar (também corroída pelas infestações), grandes quadros mofados e uma escadaria, com um corrimão dourado e um tapete vermelho. Os aposentos superiores estavam todos plenos a se alterar mediante o desejo de quem habitasse. Candelabros já apagados e sem qualquer resquício de iluminação faziam a vez até que uma nova escadaria pudesse ser vista. No andar do topo, um cômodo estreito tinha apenas um quadro do patriarca Bouchard enrolado à bandeira francesa poderia ser visto. Aqueles que tocassem o brasão Bouchard no paletó deste poderiam desfrutar do único cômodo (secreto) não destruído: uma enorme biblioteca, com um conteúdo que, mesmo antigo, era invejável; misturava estudos ministeriais (todos secretos, acerca do Pó) com Feitiçaria Antiga e Artes Negras. A mesma biblioteca também não fora visitada por longos anos e quem sabe, nunca mais seria. Ainda assim, o cômodo, imponente e indestrutível, não elidiu toda a condenação sofrida pelo local depois da catástrofe da vila.